01/01/2014 20:24
"Numa altura em que os jogos de ação de grande sucesso estão afundando em um mar de superprodução desesperada, jogabilidade rasa, e lógica de narrativas quebradas, The Last of Us é uma demonstração incrivelmente impressionante de como um jogo pode, e deve ser feito. Ele começa seguro, e acaba valente, tem coração e alma, e isso sempre se encaixa bem. Às vezes é difícil lembrar que, apesar de tudo, ainda é um vídeo game. The Last of Us é uma obra-prima, um farol de esperança para a próxima geração, e uma chave de ouro para a atual... Respire fundo."
-EuroGamer, Adaptado
Review: The Last of Us
Data de Lançamento: 14 de Junho
Plataformas: PS3
Desenvolvedora: Naughty Dog
Gênero: Survival - Horror
História
The Last of Us é um Survival - Horror pós-apocalíptico (mais precisamente 20 anos depois do surto), que conta a história de Joel, um sobrevivente da epidemia que passa seus dias reduzido a apenas UM objetivo: sobreviver. Joel vê sua rotina interrompida após a aparição de Ellie, uma adolescente de 14 anos, nascida e crescida em uma zona de quarentena militar, e vista como “a última” esperança para a humanidade a procura da cura para o surto. Joel (obviamente, por um preço) se habilita a leva-la para os Vaga-Lumes, uma milícia que ainda procura restaurar a sociedade como era antes. É assim que a trama começa, e é melhor não me aprofundar mais. “Tudo acontece por um motivo”, não é mesmo?
Apesar da experiência cinematográfica e a trama como seu ponto forte, The Last of Us não deixa a desejar no gameplay e nos gráficos, na qual são executados com igual maestria.
Gameplay
Em The Last of Us você pode escolher seu tipo de abordagem. Você pode tanto sair em um run n’ gun, ou você pode optar por uma abordagem mais “stealth”, desviando a atenção de seus inimigos e executando-os em silêncio. Uma dica: a última funciona com bem mais frequência.
Entretanto é no stealth que encontramos no jogo seu maior (e único) deslize. Apesar de, dependendo do nível de dificuldade escolhido, a inteligência artificial de seus inimigos (sejam humanos ou infectados) seja bem feita, é em seus aliados que o problema se encontra. Será, dependendo de sua sorte (ou a falta dela), frequente a aparição dos mesmos sambando na frente dos inimigos, entretanto, sendo completamente ignorados.
Por se tratar de um Survival, os recursos encontrados durante o gameplay são de suma importância. Tanto para restaurar sua vida (como barras de cereais, por exemplo), criar itens (desde armas corpo-a-corpo equipadas com lâminas nas extremidades, até kits médicos), turbinar o personagem com suplementos (aumentando a estabilidade da mira, etc) ou dar upgrade em suas armas.
O mundo de The Last of Us foi destruído devido à epidemia do fungo Cordyceps, a infecção possui quatro evoluções, mas as mais notáveis são três, e cada um dos infectados exigem estilos de abordagens únicas:
Os Corredores são o primeiro estágio da infecção, eles são ágeis, atacam em bandos.
Estaladores são o segundo estágio, eles já tem fungos brotando dos olhos, da cara, e seu principal diferencial é que são cegos, e se viram graças à ecolocalização, obrigando o jogador a se mover com extrema cautela, o que nos leva ao auge da tensão no gameplay. É preciso calcular bem a intensidade com que movemos os analógicos para não sermos pegos. Se os Clicadores te encontrarem, podem (e vão) te matar em um hit. Com os Clicadores, você precisa de uma faca improvisada para mata-los furtivamente, caso contrario, evite.
O terceiro estágio são os Bloaters ou Baiacus, são gigantes, tem esporos brotando de todas as partes do corpo, (portanto cegos, como os Clicadores), que servem como uma armadura, e jogam “bolsas de esporos”, que dão um bom dano. Não é possível mata-lo furtivamente. Evite, ou use um coquetel molotov e prepare-se para gastar muito da escassa munição.
Por se tratar de um fungo que de fato existe, e devido ao não exagero em torno da aparência e habilidades dos infectados, o jogo ganha uma cruel sensação de realismo.
Mesmo com todo o caos dos infectados, seus maiores pesadelos, sem dúvida, serão com outros humanos, os bandidos. Com uma inteligência artificial quase perfeita, ao encontrarem o jogador, eles se mostram espertos, te cercam, e fazem de tudo para te eliminar.
Gráficos & Áudio
É impossível falar dos pontos bons de The Last of Us sem passar pelos gráficos, ou por sua trilha sonora.
Os gráficos de The Last of Us são, com certeza, os MELHORES dessa geração de consoles. As expressões, a fluidez, os pequenos detalhes, comprovam que se tratam de gráficos de tirar o fôlego. Aliados à memorável trilha sonora original criada por Gustavo Santaolalla, que lhe rendem momentos de tensão e emoções à flor da pele, tanto durante o jogo, quanto ao escutarmos novamente em algum vídeo pelo youtube, o jogo mostra-se impecável nas questões técnicas.
Conclusões
Como concluir tamanho game em poucas palavras? The Last of Us é uma obra prima? Ou, o melhor exclusivo dos PS3? Ou, o exclusivo do PS3 mais vendido de todos os tempos? Para mim, não é só isso. O jogador é uma pessoa no início de The Last of Us, e se torna outra totalmente diferente ao seu final. A conexão com esse jogo foi algo que jamais vivenciei. Antes de joga-lo, achava que já sabia o que um game poderia proporcionar à alguém, hoje vejo que estava errado. Para poucos, apenas mais um, para muitos, o do ano, para mim, até agora, o jogo da vida.
10/10 Uma Obra Prima
Confira também a Review em vídeo, na aba "Vídeos"
JP Truzzi
Legenda:
7,0 - 7,5: Bom - Oferece uma experiência decente, porém sem muito brilho.
8,0 - 8,5: Ótimo - Oferece uma grande experiência. Ainda que atinge pouco, chega perto do êxito em todos os seus aspectos.
9,0 - 9,5: Excelente - Beirando a perfeição, seus pontos positivos se sobressaem a todo o momento. Uma experiência quase inesquecível.
10,0: Uma Obra-Prima - Oferece a melhor experiência possível do início ao fim, único, e que deixará, para sempre, uma grande marca na história dos video-games. Simplesmente inesquecível.
